Os colaboradores do SAAE Caxias se reuniram, nessa terça-feira (10), para uma conversa séria: a violência contra a mulher. O bate-papo na sede administrativa da autarquia foi mediado pela Delegada da Mulher de Caxias, Marília Vasconcelos.

“Eu fiquei muito feliz com esse convite porque normalmente a gente fala só para mulheres e a gente precisa avançar um pouco mais, chegar no momento antes da violência acontecer, então, é preciso chegar nesse público masculino. O foco hoje da nossa conversa foi mostrar como os padrões sociais e como a nossa cultura é permeada de machismo e é esse machismo que desencadeia a prática da violência contra a mulher. E é isso que a gente precisa enxergar no nosso dia a dia e combater”, explica a delegada.

De acordo com a delegada, é preciso estar atento aos padrões impostos na educação de meninos e meninas, como cores de brinquedos e esportes, aos estereótipos e também aos sinais no convívio entre homens e mulheres.

“O primeiro sinal da violência contra a mulher começa com a violência moral – um xingamento durante uma discussão, um empurrão ou uma ameaça, ou seja, normalmente começa com atitudes que não deixam vestígios e muitas vezes são usadas com a desculpa de que o agressor estava embriagado, e depois ele pede perdão. A partir daí, quando a mulher aceita, ela é sujeita a novos tipos de violência cada vez mais severos”, acrescenta.

A atividade marca o encerramento da campanha “16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, promovida pela Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres. Este ano, as equipes da campanha focaram no público masculino, como explica a coordenadora do Centro de Referência e Atendimento à Mulher, Danndara Moraes.

“Nesses 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, a gente procurou órgãos que tivessem homens com o intuito justamente de propagar essas informações para que identifiquem o que é a violência porque muitos homens não têm a consciência. Às vezes eles implicam com a roupa, seguram o salário da esposa, indicam o que deve ser comprado – isso tudo é sinal de violência”, enfatiza a coordenadora.

Para a colaboradora do SAAE Caxias Edilene Ripardo, a palestra foi muito importante, principalmente para orientar sobre o convívio no ambiente de trabalho em que as mulheres são a minoria.

“A palestra foi de grande aproveito, principalmente para nós colaboradoras que somos a minoria. É mais conhecimento pra gente tomar uma atitude exata e correta em certas ocasiões de acordo com as orientações da delegada. A gente só tem a agradecer esse compromisso do SAAE de nos manter informadas sobre a questão da violência contra a mulher”, elogiou a colaboradora.