Neste sábado, 1º de agosto, Caxias completa 197 anos de Adesão à Independência do Brasil. A Prefeitura de Caxias rende homenagens à cidade nesta passagem, embora este ano de 2020, este feriado tenha sido antecipado para o dia 9 de julho, por força da Lei Municipal nº 2.491, aprovada na Câmara Municipal e sancionada pelo chefe do executivo, devido à pandemia da covid-19, visando a evitar aglomerações e proteger os caxienses da disseminação da doença.

A prefeitura lembra que depois de proclamada a Independência do Brasil, no dia 7 de setembro de 1822, em nossa pátria não reinou a calma. Na Bahia e no Maranhão, as lutas contra a nossa independência foram mais sangrentas.

O Maranhão só vem aderir à causa da nossa independência em 28 de julho de 1823, e Caxias é o último foco de resistência. Segundo o historiador caxiense César Augusto Marques, a Vila de Caxias aderiu à causa da independência da seguinte forma: a junta provisória do governo do Ceará, desejando favorecer as intenções dos habitantes do Piauí, que ambicionavam a sua independência, deliberou expedicionar para essa província o governador das Armas, José Pereira Filgueiras, e Tristão Gonçalves Pereira Alencar Araripe para que promovessem o bom êxito do tal projeto.  Pondo-se em marcha os expedicionários a 30 de março de 1823, recebeu o dito governador a carta imperial, de 16 de abril do mesmo ano, autorizando-o a reunir toda a força para proclamar a independência do Maranhão. Apresentou-se a junta aos redores da Vila de Caxias com perto de 6 mil homens e, depois de longas fadigas e privações, no dia 31 de julho do dito ano celebrou-se uma honrosa convenção em sessão extraordinária da Câmara Municipal, reunida na então capela de Nossa Senhora dos Remédios, tendo a ela comparecido o clero, a nobreza, o povo e os sitiantes comandados, entre outros, pelo major Salvador Cardoso de Oliveira e João da Costa Alecrim e os sitiados sob o comando do major português João José da Cunha Fidié.

 

No dia 1º de agosto de 1823, as tropas independentes entraram em Caxias e no dia 6 daquele mês procedeu-se à eleição para vereadores, tendo sido eleitos Francisco Henrique Wilk, capitão Clemente José da Costa, José Isidoro Viana, Francisco Joaquim de Carvalho, João Ribeiro de Vasconcelos Pessoa e José Maria César Brandão. Na realidade, a bravura do povo caxiense foi, é e sempre será uma característica marcante nas conquistas de uma cidadania livre e soberana.

Em verdade, no ano de 1822, quando ocorreu, simbolicamente, o “Grito da Independência do Brasil”, a Vila de Caxias era habitada, predominantemente, por uma população lusitana. A classe hegemônica constituída de portugueses exercia a dominação ao comércio, à igreja e à educação no lugar. E, portanto, assim, não queria contrariar os interesses da Coroa de Portugal à qual tínhamos o jugo de subordinação política. Mas somente quase um ano depois, precisamente em 1º de agosto de 1823, o povo caxiense livrou-se do domínio português e a aderiu à independência para se tornar soberano e patriota, também, à cidadania brasileira. A Vila de Caxias tornava-se, também, livre do cunho de estado colonial e se constituía em um próspero centro comercial e soberano da nova Província do Maranhão.

Por Wybson Carvalho