A atividade foi alusiva ao Dia da Consciência Negra, que é celebrado em 20 de novembro, também considerado o Dia de Zumbi dos Palmares. A data lembra a inserção do negro na sociedade brasileira. Mais de 115 milhões de brasileiros são considerados negros no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Só em 2018, mais de 19 milhões de pessoas se declararam pretas no país. A oficina de vestimentas e turbantes é apenas uma das ações desenvolvidas pela U.I.M. Jacira Vila Nova e tem como tema “Projeto Educação Não Tem Cor – a cor da minha pele não define meu caráter”.

“Nós sabemos que nossa sociedade é formada pela maioria de povos oriundos da negritude. Nós achamos que deveríamos trabalhar essa temática para que eles comecem a compreender que a educação não tem cor, porque ela tem que chegar a todos”, afirma Divanilde Francisca, gestora da escola.

“Nós precisamos conscientizar, saber do direito e do dever na sociedade. Ainda vivemos em uma sociedade racista, temos poucos negros no comando. Temos que conscientizar os nossos alunos sobre a importância do negro na sociedade brasileira”, ressalta Jobert Cardoso, professor de educação física.

A atividade foi desenvolvida durante uma semana para uma parte dos 173 alunos do 1º ao 9º assistidos pela escola. Além de conhecerem a origem africana do turbante, eles souberam que outras culturas, como a indiana, também fazem uso dele. Depois, eles foram conferir na prática como se utiliza o turbante. Até os professores participaram. A oficina foi ministrada pelo integrante do grupo Crespos Cacheados, Jeverson Brito, professor de biologia.

“Nós estamos falando de cultura e identidade negra, da utilização do turbante, batas e pinturas. Nós viemos falar pra essas crianças sobre o turbante, tem todo um significado histórico, de cada amarração, cor de tecido, porque o povo utilizava. O turbante é mais presente entre os africanos e indianos. Nós queremos destruir o preconceito, o racismo e discriminação”, afirma Jeverson Brito.

“Eu conhecia, mas eu não usava o turbante, eu não conhecia o surgimento. Assim a gente sabe mais da descendência dos negros e estimula mais as crianças a entenderem sobre a cultura do negro”, diz a aluna Catrine Ribeiro.

“Eu achei muito legal, valorizando a cultura negra, porque está valorizando a cultura negra de um jeito que às vezes o ser humano nunca percebe. É importante estar aprendendo pra valorizar a cultura dos outros”, afirma a estudante Letícia Lopes.

“Eu estou usando pela primeira vez, mas é bem interessante”, frisa Jobert Cardoso.

A secretária Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, Ana Célia Damasceno, também esteve na escola, onde conversou com os alunos e destacou a importância do conhecimento da história e da influência da cultura negra em nossa sociedade.

“Todas as escolas comemoram, mas aqui na escola Jacira Vila Nova está acontecendo um trabalho interessante, sendo uma semana de atividades e oficinas sobre o Dia da Consciência Negra. Eles estão realizando uma oficina de turbante, conhecendo a história. A maioria da nossa população é negra e todos merecem o nosso respeito”, afirma a secretária.