EDUCAÇÃO – Educadoras e gestão escolar da Fundação José Castro destacam os desafios da Educação Infantil durante a pandemia
Já são 35 anos oferecendo ensino de qualidade em convênio com a Rede Municipal de Ensino de Caxias, pela Fundação José Castro, no bairro Ponte. O que ninguém poderia imaginar é que a pandemia pudesse mudar tudo tão rapidamente no cenário educacional. Esse impacto afetou alunos e professores acostumados ao contato durante as aulas na educação infantil, à educação pelo afeto.
“Nós tivemos muito êxito na busca ativa. Eu quero agradecer a compreensão de todos que participaram nesse momento. As famílias foram essenciais nesse êxito. As dúvidas que as famílias tiveram, logo foram esclarecidas pelos professores. Eu acredito que eles foram essenciais”, frisa Ana Maria Lima, gestora da Fundação José Castro.
O desafio durante a pandemia é trazer as crianças de 3 a 5 anos que estão distantes das salas de aula, para isso, é fundamental a compreensão dos pais. Eles são os braços, as pernas das professoras que compartilham os ensinamentos e o afeto através de uma tela de telefone ou mensagens nos grupos de WhatsApp aos 153 alunos da unidade de ensino.
“Aqueles pais que não tinham a internet, nós fomos atrás e conseguimos. Gostaria de agradecer a todos pelo empenho e pela dedicação. Ficamos felizes com os bons resultados”, frisa Ana Maria Lima, gestora da Fundação José Castro.
“Hoje as atividades são realizadas pelos grupos de WhatsApp, cada turma tem seu grupo, e através do Google Meet. Hoje, o mais importante é a participação da família, as atividades são baseadas no que os pais, tios, avós podem desenvolver com as crianças”, reforça Edjane Araújo, professora do Maternal da Fundação José Castro.
Aliás, as atividades são planejadas com a ajuda da plataforma Programa Estatístico e Gestor Escolar (PEGE). As atividades remotas foram adotadas, embora tenham alguma limitação, a ajuda dos pais nos grupos de WhatsApp, no acompanhamento das aulas em casa, fez toda a diferença.
“Conforme planejamos o professor coloca na plataforma PEGE. Nós planejamos os objetivos que queremos alcançar com as crianças durante o ano, através das atividades pedagógicas e atividades desenvolvidas, todas são planejadas com a plataforma PEGE. O professor tem trabalhado muito mais, porque tudo que é feito é registrado, ou seja, tudo que é feito durante a semana, vai para a plataforma PEGE. Muitos pais não têm acesso a internet, então as atividades são impressas e os pais realizam com os alunos”, destaca Divanilda Almada, coordenadora pedagógica da Fundação José Castro.
Para a professora a interação dos pais com seus filhos aumentaram, a parceria pedagógica tem sido fundamental no desenvolvimento das atividades pedagógicas. “Nós fazemos esse trabalho totalmente diferente. Quando planejamos as atividades, a gente pensa como os pais estão fazendo em casa, e se eles têm o entendimento para desenvolver. O nosso horário é feito com base nos horários dos pais. Entende que a dificuldade não é só para nós, mas para os pais também, porque às vezes os pais têm que dividir um celular para duas crianças. E por isso, nós adequamos às atividades. Temos o dia D de entrega das atividades, fazemos a entrega de acordo com as idades das crianças. A criança de 3 anos é uma atividade; a criança de 4 anos é outra atividade, e assim vai sendo diferenciada. Cada dia é um caderno com 15 páginas, é tipo uma agenda que enviamos”, explica Edjane Araújo, professora do Maternal da Fundação José Castro.
As professoras destacam que os pais estão compreendendo com a pandemia, a importância da Educação Infantil e o quanto ela ajuda a desenvolver as crianças. Além disso, os pais também estão percebendo grande esforço educacional dos profissionais da educação para que o ensino de qualidade aconteça.
“Esse momento é muito difícil, mas eu confio que vamos voltar logo, e bem melhor. O contato com alunos da educação infantil não tem hora, porque é um trabalho árduo, mas é bonito de estar lidando com as famílias, porque são pessoas que trabalham, e que nunca dizem não”, lembra Ana Maria Lima, gestora da Fundação José Castro.
“Essas atividades desenvolvidas à distância nos causa muita angústia, porque nós da Educação Infantil, precisamos do abraço, do afeto, e esse ensino a distância nos deixa com algum receio, se as crianças estão desenvolvendo tais habilidades, porque a conversa agora são com os pais. As descobertas que as crianças fazem são vivenciadas pelos pais, só os pais vivenciam. Os pais estão dando muito mais importância ao trabalho dos professores, porque eles veem o quanto é difícil cuidar da educação de um aluno, imagine com muitos alunos, como é na sala de aula. Muitos nos parabenizam por isso”, disse Divanilda Almada, coordenadora pedagógica da Fundação José Castro.
“Eu acredito que hoje os pais já valorizavam mais o nosso trabalho, porque agora eles estão praticamente assumindo o nosso trabalho em casa. Eles sabem como lidar com as crianças em casa. Muitos pais encontram a gente na rua, e dizem que não sabem como conseguimos, e nos dá os parabéns. Nossa vontade é voltar para nossa sala de aula. É tão angustiante quando a criança ver a gente na rua, e diz “olha a tia”, e vem correndo abraçar a gente, e não podemos abraçá-los . Eles querem ter o contato, porque Educação Infantil é isso, o contato e o brincar, é o que mais importa. A criança aprende mais rápido quando você ensina de forma significativa”, reforça Edjane Araújo, professora do Maternal da Fundação José Castro.