O evento foi no Mirante da Balaiada nessa sexta-feira (23), intitulado de Julho das Pretas, com o lema: “Visibilidade e Direitos”, a ação promovida pela Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos para as Mulheres contemplou uma roda de conversa, onde todas puderam debater a importância da unidade em torno de políticas públicas que assegurem os direitos às mulheres negras, o enfrentamento à violência, além da ocupação de espaços na sociedade também foram evidenciados.

“O objetivo da Secretaria da Mulher é apoiar essa ação e ajudar as mulheres contra a violência. O Julho das Pretas é um evento nacional. Nós estamos desenvolvendo esta ação para dizer que a Secretaria da Mulher está de braços abertos para todas as mulheres”, afirma Elisa Torres, secretária adjunta de Políticas para as Mulheres.

“Nós estamos realizando um trabalho de enfrentamento ao processo de negação da comunidade negra. Esse momento é para que nós possamos fazer denúncias e mobilizações, com a finalidade de resgatar a história da população. As instituições públicas precisam lutar por esta causa e a Secretaria da Mulher nos convida a fortalecer esta temática”, afirma Elizete Santos, integrante da UNEGRO.

“O Julho das Pretas é um momento em que celebramos a ascensão das mulheres negras nos mais diversos setores da sociedade. Neste período, pensamos nas estratégias de combate ao racismo e de sobrevivência que essas mulheres têm construído”, frisa Lígia Emanuela, presidente da UNEGRO em Caxias (MA).

O dia 25 de julho é considerado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, a Lei nº 12.987, de 2 de julho de 2014, instituiu esta data como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Em sua 9ª edição, o Julho das Pretas tem como objetivo denunciar as diversas formas de genocídio que a população enfrenta, além de dar voz a quem não tem.

“Fazer essa ação é dá visibilidade e dizer que a população negra precisa ter os seus direitos garantidos. A cada 100 brasileiros mortos, 75 são negros, e quando a gente leva essa estatística para as mulheres o nível de desigualdade é muito grande, pois elas são 30% mais violentadas do que às mulheres brancas. Então é importante o Conselho de Direitos e a Secretaria da Mulher unir forças com os movimentos sociais,  para desenvolver ações para garantir esses direitos”, afirma Jesus Andrade, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.

“Esse momento para nós representa visibilidade. A sociedade esquece que a população negra é a base da sociedade. Nós queremos dizer que estamos nos reinventando para que possamos ocupar os espaços que temos direitos”, afirma Taciana Cardoso, vice-presidente do Crespos Cacheados.

O evento foi finalizado com um aulão com as mulheres que integram o Programa Mulheres em Movimento.