O casal de atletas paralímpicos Alex Melo e Ana Gabriely, participaram de uma roda de conversa na Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (SEMECT), onde puderam dividir um pouco da experiência tanto na prática esportiva praticada por eles, o Goalball, quanto também dos desafios da inclusão das pessoas com deficiência nas políticas públicas de educação. Na última olimpíada no Japão em 2021, Alex foi medalha de ouro na modalidade Goalball.

“É muito importante notar a disposição dos professores em ensinar os alunos para que juntos possam criar meios de levar o esporte, independente da deficiência. É muito gratificante saber que eles estão lutando e se dedicando para permitir às crianças serem o que elas quiserem”, lembra Ana Gabriely, atleta paralímpica.

“Foi um bate papo sobre as dificuldades de incluir as pessoas com deficiência na educação física, pois as vezes temos um deficiente em uma turma de 30 alunos. Falamos sobre de que forma a pessoa com deficiência pode participar melhor da aula”, destaca Alex Mello, atleta paralímpico.

Na oportunidade eles também lembraram e deixaram uma mensagem de incentivo tanto às famílias, quanto para as pessoas com deficiência, de que todos são capazes de alcançar bons resultados através da determinação e superação. Eles lembraram que as dificuldades existem para todas as pessoas, embora muitas achem que só as com deficiência tenham barreiras a ultrapassar, e que  não devem se abater diante dos obstáculos que a vida apresenta.

“Acreditem nos seus filhos, a qualquer hora eles podem se identificar com alguma prática. Dá receio e medo, mas será gratificante para um pai e para uma mãe ver o seu filho fazendo o que ele gosta. Na internet tem muitos exemplos de pessoas, então vamos usar essa ferramenta, eu até me disponibilizo, quem quiser pode me procurar nas redes sociais”, lembra Ana Gabriely, atleta paralímpica.

“Quando eu estava estudando, eu sempre dizia que ia ser um atleta, e muitas pessoas inclusive os professores, falavam pra minha mãe que esse menino era louco, mas eu persisti e estou aí até hoje. Então, que a pessoa que tem alguma deficiência, não tenha medo, a dificuldade vai vir, independente de ter ou não alguma deficiência. O que vale é o empenho”, frisa Alex Melo, atleta paralímpico.

O bate papo contou com a presença de profissionais de educação física e fisioterapeutas que integram a equipe da SEMECT, além da secretária municipal de educação, ciência e tecnologia.

“Esses jovens atletas paralímpicos, mostram a importância da educação inclusiva das crianças com deficiência ou não. Queremos agradecer estes atletas, Caxias se sente honrada em recebê-los para esta conversa com os professores de educação física. Nós temos mais 300 pessoas na Rede Municipal de Educação com deficiência, trabalhamos em parceria com o Instituto Benjamin Constant do Rio de Janeiro”, destaca Ana Célia Damasceno, secretária da SEMECT.

“Falando em pessoas com deficiência, nós já sabemos dos desafios e uma rede em que nós primamos pela educação da pessoa com deficiência, onde nós nos esforçamos para fazer a inclusão, é muito importante este contato. É real, não é uma questão aleatória, é falado pela própria pessoa. Esse momento foi para que a gente pudesse pensar no novo para a sistematização da nossa educação especial”, frisa Fátima Sousa, coordenadora da educação multiprofissional.

“Essa conversa serviu para mostrar a importância da educação física para as pessoas com deficiência e dentro do currículo municipal. Nós estamos aqui para aprender e aprendemos muito. É possível trabalhar fazendo projetos com a equipe, temos que levar essas informações para os alunos, e quem sabe possamos fazer um campeonato na rede municipal”, frisa Kelma Lima, coordenadora da Educação Física.

“Refletimos um pouco sobre as dificuldades das pessoas com deficiência para serem incluídas. O importante é a sociedade caminhar para a inclusão, estamos avançando. Até o momento não temos competições voltadas para essas pessoas. A Secretaria de Educação está investindo colocando profissionais de educação física nas escolas, isso é importante. Quem sabe essa possibilidade de um campeonato ocorra”, reforça Francisco José, professor de Educação Física.

Embora necessite de investimentos e muita força de vontade, o sonho é ver em breve a cidade realizando campeonatos e competições para pessoas com deficiência, principalmente contemplando o Goalball.

“O Goalball está dividido nacionalmente em Regional Nordeste 1, que é São Paulo, sudeste 2 e nordeste e sul. Os três melhores desse regional se encontram no Brasileiro. Em São Paulo tem campeonato Paulista. Os municípios precisam investir mais, é demorado, é custoso, mas o resultado vem. O Brasil é potência no Goalball. Eu já participei em um campeonato Europeu”, frisa Ana Gabriely, atleta paralímpica.