A Prefeitura de Caxias, por meio da Coordenação Municipal da Juventude e do Núcleo de Políticas Transversais, integrantes da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Turismo, Juventude e Patrimônio Histórico, realizou o Workshop: Juventudes, Discriminação Racial e Visibilidade Trans, nesta terça-feira (29), na sede da Academia Caxiense de Letras (ACL).

O evento foi em alusão ao Dia Internacional da Luta contra a Discriminação Racial, celebrado no dia 21 de março e ao Dia Internacional da Visibilidade Trans, que será comemorado no dia 31 de março.

“Falar e debater sobre a visibilidade trans e o combate ao racismo é importante. Hoje esses públicos estão se mostrando, porque se sentem mais seguros. Quanto mais poder de fala você tem, mais se amplia esse debate”, disse Maciel Mourão, secretário municipal adjunto de Cultura.

“Faz parte da pauta de compromissos da Coordenação de Juventude a criação de espaços de diálogos das diferentes juventudes. Hoje, a discussão é mais voltada para a juventude negra e para a comunidade LGBTQIA+. Vários dados estatísticos demonstram que são os segmentos que mais têm seus direitos violados. O que nós queremos é construir um diálogo produtivo e de respeito”, lembra Kátia Braga, coordenadora municipal de Juventude.

“A UNEGRO é uma entidade que trata sobre a população negra em diversas áreas. Estamos aqui para falar sobre educação, saúde, segurança e tratar de forma prioritária”, destaca Ligia Alves, professora e presidente da UNEGRO.

“Eles têm direito ao processo participativo, onde juntamente ao poder público podem conversar sobre a construção e articulação de suas políticas públicas”, lembra Wibson Carvalho, poeta representante da Academia Caxiense de Letras (ACL).

A proposta da Coordenação é ampliar o diálogo com as juventudes em Caxias (MA), a fim de que as políticas públicas alcancem todos os caxienses independentemente do gênero. Assim, entidades, coletivos e segmentos LGBTQIA+ estiveram representados. Ao longo do evento, todos os segmentos puderam se manifestar e expor o trabalho que tem sido realizado na cidade para tornar visível as demandas desse público.

O Observatório de Mortes Violentas de LGBTQIA+ no Brasil aponta que a cada 36 horas, um LGBTQIA+ é vítima de homicídio ou suicídio, tanto dentro, quanto fora do Brasil. São números alarmantes. A pesquisa confirma que o Brasil é campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais, apesar da redução de 2019 para 2020, ano considerado atípico por causa da pandemia.

Entre as recomendações para combater os crimes, as entidades fazem reivindicações, como garantia de educação sexual e de gêneros em todos os níveis escolares. Além disso, o cumprimento da jurisprudência que garante cidadania à população LGBTQIA+, é a implementação de políticas públicas em saúde, direitos humanos e educação. O combate intransigente ao Racismo foi outra temática debatida.

A importância disso é mostrar que a gente existe, que temos direitos. É questão de respeito”, frisa Hazael Assem, representante do União de Pessoas Trans e Travestis (UPTT).

“Nós trazemos informações para a sociedade, de cunho antirracista e destacando a visibilidade trans. Precisamos aprender e vivenciar os novos termos, as novas experiências e entender que precisamos findar qualquer forma de preconceito”, destaca André Ribeiro, Articulador de Políticas Públicas da Coordenação Municipal de Juventude.

“Para nós é muito importante, porque nos sentimos abraçados no atual momento. Há poucos dias tivemos o mutirão de retificação de nome social e gênero e não tínhamos isso em Caxias. Eu me senti muito feliz e honrada em ter participado”, diz Vi Marinho, cantora.

“Desde o ano passado, estamos buscando formas de ajudar. No Programa Mulheres Mil colocamos mulheres e homens trans, participamos do mutirão de retificação do nome social e estamos desenvolvendo atividades com entidades parceiras, para fortalecermos os movimentos”, destaca Francyanne Barradas, coordenadora da Projetos da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres.

“Acreditamos no poder da educação, das ações permanentes de enfrentamento ao preconceito, ao racismo, discriminação. Hoje, estamos falando especificamente sobre a visibilidade trans, mas sabemos o quanto é necessário a propagação do respeito e a educação, baseada nos direitos humanos”, reforça Jesus Andrade, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.