Caxias: Princesa do Sertão Maranhense, monumentos e paisagens históricas
Caxias, Princesa do Sertão Maranhense, única cidade do Brasil eternizada nos dois principais símbolos do país: a Bandeira e o Hino Nacional Brasileiro.
A Bandeira Brasileira foi idealizada pelo caxiense, Raimundo Teixeira Mendes, também autor da insígnia “Ordem e Progresso”, que vem da Igreja Positivista brasileira e tem raízes em movimentos franceses. A insígnia foi extraída do Lema escrito pelo filósofo caxiense: “O povo brasileiro assim como os povos ocidentais acha-se vivamente solicitados por duas necessidades, ambas imperiosas e que se resumem em duas palavras: Ordem e Progresso”.
No Hino Nacional Brasileiro, Caxias está presente com os imortais versos do poema “Canção do Exílio”, feitos por Gonçalves Dias em homenagem a sua terra: “Nossos bosques têm mais vida, nossa vida em teu seio mais amores”.
Caxias e seu povo possuem uma rica diversidade cultural, onde se destacam a literatura, o acervo arquitetônico com igrejas dos séculos 18 e 19 e ainda monumentos marcantes de sua secular história, como a luta pela Independência e o movimento da Balaiada, as manifestações espontâneas da cultura popular e as riquezas naturais que, na Princesa do Sertão são fontes saudáveis e aprazíveis de lazer, de bem-estar, beleza e encanto. Visitar a passeio, pelos logradouros e vias públicas de Caxias é vivenciar cenários históricos do nosso Brasil.
Caxias e seu acervo arquitetônico
As edificações que compõem o acervo arquitetônico no centro histórico de Caxias pertencem a vários períodos da arquitetura brasileira: colonial, neoclássica, eclética e moderna, sendo possível identificar não somente estilo único, puro, mas uma mistura de estilos e tendências. Esse ecletismo arquitetônico pode ser visto em função da finalidade de uso ou em correspondência com o status social da classe hegemônica caxiense da época.
Procedendo à identificação verifica-se que em Caxias, existiram várias construções em casarões e sobrados mantendo as características originais egressos, principalmente dos traços da arquitetura portuguesa. A importância histórica deles está no perímetro central da cidade e são construções estilizadas com portadas em cantaria, grades de ferro nas sacadas, portas adornadas e com detalhes em entablamento e azulejaria em alto relevo a algumas partes das fachadas.
Praça Dom Luis Marelim (Chapada)
Logradouro público que dá acesso à Avenida Santos Dumont, que além de oferecer à comunidade caxiense lazer, esporte e linguagens da diversidade cultural caxiense, é oficialmente e nominalmente uma homenagem ao primeiro Bispo Diocesano de Caxias.
Mirante da Balaiada
No Morro do Alecrim um parque de entretenimento turístico de resgate à história e bravura do povo caxiense: dois momentos marcantes no cenário histórico nacional aconteceram ali, as batalhas contra os portugueses pela adesão deles à Independência do Brasil e a Revolta da Balaiada; movimento ocorrido no Maranhão entre 1838/1841 causado pela instabilidade econômica e político-social.
Praça Dias Carneiro
O “Panteon Caxiense” com bustos de vultos da nossa literatura, dentre ao quais: Gonçalves Dias, Coelho Neto, Vespasiano Ramos e Dias Carneiro. Há nesse logradouro público um tablado para apresentações das artes cênicas caxienses.
Praça Gonçalves Dias
Logradouro construído na década de 1920, pelo então prefeito, Francisco Vilanova. Tem belos jardins e localiza-se no centro da cidade. Seu nome homenageia o filho mais ilustre de Caxias, Gonçalves Dias, retratado com uma estátua em tamanho natural.
Forte da Balaiada
No Morro do Alecrim, ruínas do Quartel onde as tropas portuguesas resistiram aos independentes em 1823, e aos revoltosos no movimento da Balaiada até sua pacificação em terras caxienses, em 1841.
Balneário Veneza
Fonte de água mineral que forma um grande lago, com lama medicinal e alto teor de enxofre, utilizada no tratamento de doenças da pele. Nos arredores do lago, os visitantes podem degustar a culinária típica caxiense com o famoso prato “pirão de parida”.
IGREJAS SECULARES DE CAXIAS
Igreja da Matriz de Nossa Senhora da Conceição e São José
Localizada ao meio da Praça Cândido Mendes. A construção do templo apresenta característica de construção do estilo colonial – pedra e cal com torre única. Foi a primeira igreja à margem direita do Rio Itapecuru, construída no século 18 pelos padres da Companhia de Jesus. Local no qual foi assinada a fidelidade de Caxias à Independência.
Catedral Nossa Senhora dos Remédios
Localizada na Praça Magalhães de Almeida. Construída no século 19 pela irmandade de Nossa Senhora dos Remédios. Durante a Independência do Brasil e a Guerra da Balaiada, o local serviu como depósito de munições. Nela está instalado um relógio D’Jong do ano 1842.
Igreja São Benedito
Localizada na Praça Vespasiano Ramos. O local abriga a paróquia, que realizava um dos mais tradicionais festejos religiosos na cidade de Caxias. Possui um imponente relógio doado pelo caxiense Benedito Vieira Lima, que viveu radicado no Rio de Janeiro até meados do século passado.
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
Localizada na Praça Rui Barbosa, foi construída em 1775 com mão de obra escrava. Conserva até hoje a antiga estrutura.
Igreja de Nossa Senhora de Nazaré
Construída em 1773, é a mais antiga igreja da cidade de Caxias. Localiza-se no antigo largo de Nazaré, à margem esquerda do Rio Itapecuru.
Igreja de Santo Antônio de Pádua
Construída em 1898 está localizada no alto do Morro de Santo Antônio, no bairro do antigo Parnaso, hoje Ponte.
Roncador
Bacia d’água em rochas naturais no Riacho Ponte. Literalmente, encrespada pela cachoeira de águas oriundas e correntes das nascentes do Inhamum. O local tem um cunho histórico-cultural: nele, o poeta Gonçalves Dias tomava seu banho noturno nas vezes que sempre voltava à cidade natal.
Memorial da Balaiada
Espaço cultural localizado no Morro do Alecrim. Reúne um acervo de peças de dois períodos importantes da história brasileira: a resistência das tropas portuguesas aos independentes em 1823, e aos revoltosos no período da maior revolução social ocorrida no Maranhão, a Balaiada, iniciada em 1839 e pacificada em terras caxienses em 1841.
Academia Caxiense de Letras
Também chamada “Casa de Coelho Neto”. Fundada em 15 de agosto de 1997, reúne escritores e outros literatos de Caxias. Com seu estímulo ou diretamente, são publicadas dezenas de obras por ano, colaborando para documentar a memória do município e o sentimento a inventividade dos seus autores.
Casa da Justiça (Fórum Desembargador Arthur Almada Lima)
Inicialmente, nas décadas de 1960 e 1970, abrigou duas escolas públicas: Grupo Escolar Gonçalves Dias e Grupo Escolar João Lisboa, além de uma escola comunitária dirigida pela Professora Silvandira Guimarães, pioneira no ensino de Artes Cênicas. Depois, tornou-se o Fórum Desembargador Arthur Almada Lima ou “Casa da Justiça”, onde se reunia o Tribunal do Júri (Justiça Estadual). Com a transferência da Justiça para a Cidade Judiciária, o prédio de arquitetura neoclássica, localizado na Praça Gonçalves Dias, no centro de Caxias, tornou-se sede da Procuradoria Municipal e do Ministério Público (Procuradoria Estadual).
Instituto Histórico e Geográfico de Caxias – IHGC (“Casa de César Marques”)
O prédio do IHGC era a estação ferroviária caxiense da Estrada de Ferro São Luís e Teresina, cujos trens transportavam pessoas e cargas entre as duas capitais. A construção é da década de 1920. O Instituto Histórico foi fundado em 12 de dezembro de 2003.
Prefeitura Municipal de Caxias
A atual sede do Poder Executivo de Caxias é um edifício construído na primeira metade do século 20 para servir como cadeia pública. Depois, na administração do prefeito Francisco Vilanova foi adaptado para o Mercado Público Municipal. Na época, o Mercado abrigava nos quatro cantos externos, casas comerciais de secos e molhados, e internamente açougues e pontos de venda de refeições matinais. Na parte da frente instalavam-se barracas de hortaliças e frutas, condimentos e diversos outros produtos.
Palácio do bispado
Construído na administração do bispo Dom Luís Marelim, o prédio da Diocese de Caxias tem belas linhas neoclássicas e guarda a tradição de construções do século 19. A pedra fundamental foi lançada em 1943, porém as obras iniciaram em março de 1944. O interventor de Caxias, Paulo Ramos concedeu um auxílio de 100 contos de réis para a conclusão da obra.
Centro de Cultura José Sarney
O imponente prédio abriga atualmente a Secretaria Municipal de Cultura, Patrimônio Histórico e Turismo, Secretaria da Educação e outros órgãos públicos municipais e estaduais, além de posto de serviços bancários. Inaugurado em 1889, a grande construção foi a sede da Companhia de Fiação e Tecidos União Caxiense, fundada por Antônio Joaquim Guimarães, Francisco Dias Carneiro e Manoel Correa Bayma Lago. Foi a segunda fábrica instalada em Caxias, com capital inicial de 850 contos de réis. Seu motor a vapor acionava 220 teares e produzia cerca de um milhão de metros tecidos. Funcionou até 1954.
Companhia Industrial Caxiense
O prédio onde hoje está instalado o Centro de Ensino Médio Aluísio de Azevedo, no bairro Ponte, era o edifício-sede da Companhia Industrial Caxiense. Construída em 1883, a fábrica possuía 180 teares e produzia tecidos tintos e crus.
Cemitério de São Benedito
Sua construção foi iniciada em 1862, sob o patrocínio da Irmandade do Glorioso São Benedito. No seu interior construiu-se uma capela, onde se realizam ofícios religiosos.
Cemitério de Nossa Senhora dos Remédios
A planta desse campo santo foi desenhada pelo visconde francês Saint-Amand, em 1858, mas a construção só teve início a partir de 1861. No interior do cemitério há uma capela para os ofícios religiosos por ocasião de enterramentos e do de Dia de Finados (2 de novembro).
Itapecuru
Foi às margens do Rio Itapecuru, no começo do século 17, que a história de Caxias e de outros municípios teve início. Genuinamente maranhense, seus 1.500 quilômetros atravessam 45 municípios. Por grande parte de seus cerca de 1.500 quilômetros de extensão transitaram embarcações e a própria história. Nas estações de cheia, era o principal escoadouro dos produtos de Caxias, com a navegação de barcos a vapor. O desmatamento e a devastação de suas margens, o assoreamento e a poluição contribuíram para reduzir mais de 70% o volume de água do rio.
Por: Wybson Carvalho