Desde o ano de 2022, os agentes de combate às endemias realizam o trabalho de encoleiramento de cães com o objetivo de prevenir o calazar, através de coleiras impregnadas com deltametrina 4%, que repele o mosquito transmissor da doença. A atividade está no seu 3º ciclo e é executada em 24 bairros selecionados pelo Ministério da Saúde, onde tiveram casos de calazar canino e humano nos últimos anos. Como a metodologia ainda é nova, a coordenação da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ) faz alguns importantes esclarecimentos visando contar com uma maior colaboração da população no desenvolvimento das ações.

“Da mesma forma como acontece em Caxias, esse trabalho é realizado nas demais cidades do país que também foram contempladas pelo Ministério da Saúde. Falo assim, porque às vezes temos uma divisa de localidade, onde de um lado tem um bairro que foi contemplado e do outro um que não foi, e as pessoas não entendem que mesmo próximos não podemos atravessar a rua”, diz Natanael dos Reis, coordenador da UVZ, sobre os bairros de atuação do programa.

Para o encoleiramento, primeiramente, o agente faz um teste rápido no animal para saber da positividade ou não para o calazar. Em caso positivo, uma outra amostra de sangue é coletada e levada para um teste confirmatório no laboratório da UVZ.

“Tanto para a realização do teste, como para o próprio encoleiramento, é primordial a contenção do animal por parte do seu tutor. O Calazar não tem cura. Sentimos resistência de alguns moradores por receio de detectar a doença, que é de alta mortalidade. Não obrigamos ninguém a entregar o animal, mas orientamos sobre os riscos que o tutor expõe a si mesmo, sua família e a comunidade em que vive, mantendo um animal doente em sua residência. Nos colocamos a disposição para fazer o nosso serviço, e por isso contamos com a compreensão de todos”, explica Natanael.