O Tribunal de Justiça Do Maranhão, por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher, em parceria com a Rede de Proteção à Mulher de Caxias, da qual faz parte a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, realizou um curso de formação para pessoas que possam brevemente compor grupos reflexivos, que vão atuar junto a autores de violência doméstica. Edla Ferreira e Raimundo Ferreira foram os formadores e destacam a importância do trabalho que já está sendo desenvolvido em várias cidades do estado.

“Nós estamos aqui para formar pessoas que possam trabalhar com os autores de violência doméstica. É uma iniciativa para capacitar pessoas de diversas instituições, para que as pessoas autoras possam ressignificar os atos de violência e promover novas atitudes. Os grupos são feitos por pessoas que estão respondendo a processos, com medidas de proteção, mas também são realizados com pessoas no sistema prisional, é uma metodologia que se aplica em vários lugares”, destaca Edla Ferreira, psicóloga e analísta judiciária do TJ-MA.

“Estamos pensando a violência contra a mulher, a partir da ótica do autor da violência. O principal vetor da violência precisa ser desconstruído para que a gente possa lançar esta pessoa para um outro comportamento, nas relações familiares, afetivas. Em geral os níveis de reincidência dos grupos reflexivos é muito baixo. Os grupos reflexivos chegam em 2008 no Maranhão, e se expande para os tribunais de justiça, e nós estamos levando a todas as comarcas”, explica Raimundo Ferreira, coordenador de grupos reflexivos e formador de facilitadores da ESMAM-TJMA.

Estiveram presentes representantes da Rede Municipal de Proteção à Mulher de Caxias. A proposta do evento também é evitar que a reincidência de violência contra a mulher. Para Márcio Moares e Sargento Cruz, a proposta vem somar com os trabalhos desenvolvidos em Caxias na prevenção à violência contra a mulher.

“Os grupos reflexivos é uma proposta do Tribunal de Justiça. Não só a Secretaria da Mulher, mas todos os órgãos do sistema de justiça e as demais secretarias vão trabalhar juntos. Então, este curso visa formar possíveis facilitadores que irão compor os grupos reflexivos”, disse Márcio Moraes, advogado da SMPM.

“A criação do grupo reflexivo vem suprir nesta necessidade de trabalhar com o agressor. Não adianta a gente julgar o chão com a torneira aberta, tem que trancar torneira para ver o resultado do trabalho. A ideia de formação de grupos sai amadurecida, mas a gente espera que tão breve a gente consiga colocar em prática os grupos reflexivos na cidade”, ressalta Sargento Cruz, integrante da Patrulha Maria da Penha.