Na noite dessa sexta-feira (14), o auditório do Centro de Estudos Superiores de Caxias da Universidade Estadual do Maranhão foi palco de muita alegria, emoção e realização. O espaço recebeu os alunos que concluíram os cursos de Alfabetização, Letramento e Inclusão Digital oferecidos pelo Programa Universidade Aberta Intergeracional, que tem como objetivo promover conhecimento, autonomia e integração social para os idosos.

O curso teve duração de 6 meses, com carga horária de 280 horas, e foi dividido em duas turmas. “A UEMA cumpre um papel social muito importante quando traz programas sociais como esse, porque aqui é o lugar do conhecimento. O Brasil está envelhecendo, então temos que dar uma atenção especial e uma educação de qualidade aos nossos idosos. Chegamos aqui com alunos sem saber ler e escrever, e hoje estamos devolvendo aos familiares alfabetizados”, frisa Edite Sotero, professora e assessora da UEMA.

Ao todo, 45 idosos, com idades entre 60 e 85 anos, receberam seus diplomas. Muitos chegaram por meio do Centro de Convivência dos Idosos, que tem sido um grande aliado na promoção de atividades e no incentivo para a conclusão desse curso. Segundo a coordenadora Mabel Medeiros, eles receberam a notícia de que poderiam voltar a estudar com muito entusiasmo: “Nós estamos muito felizes por essa bênção que eles receberam. Quando falamos sobre essa oportunidade de voltarem para a sala de aula, ficaram muito animados. O impressionante é que nenhum deles pensou em desistir. O sonho deles era aprender a ler, escrever e, claro, colocar essa beca”, destacou a coordenadora.

Muitos chegaram tímidos, achando que era tarde demais, mas cada descoberta, cada palavra escrita pela primeira vez, se transformou em um passo para a liberdade. Liberdade do medo, da vergonha e das limitações. É o caso de dona Maria das Mercedes e seu Leopoldo. Casados há 5 décadas, estão sentindo, pela primeira vez, aos 77 anos, a alegria de receber um diploma, vestir uma beca e colocar um capelo. Hoje eles já podem dizer com muito orgulho: “Eu sou alfabetizado”. “Eu casei muito cedo e parei de estudar porque tive que cuidar dos meus 5 filhos e da minha família. Muito tempo se passou e eu nunca imaginei que fosse voltar a estudar e hoje estou aqui me formando e meu marido me acompanhou, e está se formando comigo hoje. Estou muito feliz”, relatou a aposentada, entusiasmada.

















