Prefeitura cria Núcleo de Apoio às Pessoas com Anemia Falciforme de Glaucoma

Nessa quarta-feira (19), a Prefeitura de Caxias criou o Núcleo de Apoio às Pessoas com Anemia Falciforme de Glaucoma, vinculado ao poder público municipal com o apoio da Secretaria de Saúde, Secretaria de Educação, Ciências e Tecnologia e Secretaria de Esporte. O evento aconteceu no auditório do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Caxias, e reuniu profissionais da área da saúde e pacientes diagnosticados com Glaucoma e Falciforme.

O projeto tem como objetivo fazer um levantamento do número de pessoas que sofrem dessas doenças, a criação de um local específico para receber os pacientes e também conscientizar a população. Pioneiro no estado do Maranhão, há outro semelhante a ele existe apenas no estado da Bahia. De acordo com a coordenadora do projeto Orgêda Guimarães, o núcleo vai dar um suporte integral em todas as áreas que o paciente necessitar.

“Nós vamos em busca das pessoas que são portadoras dessas doenças. Depois de identificadas, iremos em busca dos profissionais especializados para fazer todo o acompanhamento e também receberem a medicação necessária gratuitamente. O Núcleo funcionará na Secretaria de Saúde das 08h às 13h, mas também faremos as buscas externas”, destacou a coordenadora.

Segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma, no país são mais de dois milhões e meio de pessoas que convivem a doença que está associada à perda progressiva de campo periférico do paciente, onde essa perda pode levar a cegueira irreversível se não diagnosticada e tratada precocemente. O médico Oftalmologista Sinésio Torres Júnior que também fará parte do novo projeto alerta a população sobre o tratamento precoce. “A maioria dos casos de glaucoma não apresenta sintomas iniciais, mas é importante ficar atento a sinais como visão embaçada, halos ao redor de luzes, pressão ou dor nos olhos e perda gradual da visão periférica. Vale lembrar que esses sintomas só costumam aparecer quando o nervo óptico já está bastante comprometido. Por isso é importante ficar atento, fazer consultas periódicas, especialmente para quem pertence aos grupos de risco, faz toda a diferença”, alertou o especialista.

Já a Anemia Flciforme, é uma doença que deixa os glóbulos vermelhos com a forma uma foice, o que dificulta o transporte de oxigênio para o corpo, resultando em sintomas como cansaço excessivo e palidez. É uma doença hereditária, passada de pais para filhos, e de maior prevalência no Brasil. A cada ano são 3.500 novos casos são diagnosticados. A Jeane Silva tem 35 anos e foi diagnosticada com a doença logo que nasceu, ao fazer o teste do pezinho. Há mais de 30 anos vive uma luta em busca de atendimentos médico nas cidades nas capitais São Luís (MA) e Teresina (PI). Já perdeu o irmão para esta doença e hoje enfrenta depressão e ansiedade. Hoje ela vive entra a luta e o luto.

“Eu me formei em pedagogia, mas por conta da doença eu não pude atuar na área porque a doença me atinge em todos os aspectos, no emocional, físico, social. Aqui em Caxias eu ainda não tenho o tratamento adequado, por isso preciso viajar para outras cidades, mas com a implantação desse Núcleo, uma semente está sendo plantada e estamos com esperança de dias melhores. Teremos mais acesso aos hospitais e apoio psicológico para nós e nossos familiares. Nós precisamos muito. Esperamos que ele cresça e se desenvolva. Esperamos que as pessoas também procurem o núcleo pra que todos nós somemos com a sociedade”, falou a paciente.