Com o tema “Formar, resistir e ensinar: o papel dos gestores na educação quilombola antirracista”, a formação continuada realizada dentro da campanha Novembro Negro reuniu profissionais da educação para um momento de estudo, reflexão e fortalecimento do compromisso com a diversidade e a equidade. O encontro ocorreu no auditório Manoel de Páscoa no Centro de Cultura e teve como foco as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola, abordando práticas pedagógicas que valorizam a história, a cultura e os saberes tradicionais dessas comunidades. A proposta foi ampliar o entendimento sobre a construção de uma educação antirracista, capaz de reconhecer e respeitar as especificidades dos territórios quilombolas.

“Nós estamos trabalhando de forma intersetorial. Hoje estamos fazendo o letramento com os gestores das escolas quilombolas do município, a fim de construir um plano de desenvolvimento estratégico para aplicar a política nacional do sistema de promoção da igualdade racial dentro das escolas do município. Estamos falando sobre território, cultura e ancestralidade e como nós podemos alavancar os nossos quilombos”, frisa Francyane Barradas, secretária adjunta de Direitos Humanos.

“A gente consegue desenvolver esta política, já temos livros e trazemos os pais para a escola para estarmos mostrando que existe uma política de educação quilombola. O apoio da gestão e da comunidade é fundamental”, disse Maria da Conceição, gestora da escola Luiza de Sousa Queiróz.

Além das discussões técnicas, a formação destacou o papel fundamental da escola na preservação e no fortalecimento da identidade cultural quilombola. Foi reforçado que a escola, quando alinhada à comunidade, torna-se um espaço de pertencimento, memória e resistência, contribuindo para assegurar direitos e promover uma educação verdadeiramente inclusiva.

A ação foi realizada por meio da parceria entre as Secretarias Municipais de Educação, Ciências e Tecnologia e de Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres, reafirmando a importância do trabalho intersetorial para garantir políticas públicas eficazes e sensíveis às realidades das populações quilombolas.

“A gente trouxe gestor, coordenador pedagógico, secretário escolar, para que possamos estar trabalhando o papel do gestor dentro destas comunidades quilombolas, e o que eles precisam fazer para que sejam dados também visibilidade nos conteúdos trabalhos na escola no ano letivo. Nós temos 09 escolas que são certificadas pela Fundação Palmares, em que o município recebe um recurso específico para as comunidades”, destaca Dalva Maciel, técnica pedagógica da Educação do Campo.







