Nessa quarta-feira (17), emoção, superação e novas perspectivas de futuro foram celebradas. Alunos da Escola Municipal Antônio Rodrigues Bayma receberam o certificado de conclusão do Ensino Fundamental por meio da Educação de Jovens, Adultos e Idosos, programa que oferece uma educação acolhedora e de qualidade, respeitando as trajetórias de vida dos estudantes e proporcionando a oportunidade de recomeçar. E foi exatamente esse sentimento que tomou conta da solenidade de formatura.
Em cada palavra do discurso, o peso de uma escolha difícil. A técnica em enfermagem Samara Santos precisou abrir mão de um dos maiores sonhos da própria vida: concluir a faculdade de Enfermagem. Ela trancou o curso para apoiar a filha Emilly, que engravidou aos 12 anos e precisou interromper os estudos. “O melhor para mim é o melhor para minha filha. Eu não estaria realizada se tivesse formada e minha filha sem concluir os estudos. Ser mãe é isso. Mas eu adiei só um sonho. Agora que ela concluiu, vou continuar meu curso e vamos seguindo juntas, procurando nosso crescimento e um futuro melhor”, falou a técnica em enfermagem.
As lágrimas que se seguiram foram de emoção e orgulho. Emilly, agora com o diploma do Ensino Fundamental em mãos, representa o resultado de um sacrifício que valeu a pena. A conquista marca um capítulo inesquecível na história dessa família e simboliza a força de quem decidiu recomeçar mesmo diante das dificuldades. “Eu honrei todo sacrifício da minha mãe, consegui esse diploma. E não paro por aqui. Vou continuar estudando e dar cada vez mais orgulho para ela”, disse Emilly.
Assim como Emilly, outros formandos compartilham histórias de interrupções e retomadas. Todos, por diferentes motivos, precisaram parar de estudar. E todos encontraram, na força de vontade e no apoio coletivo, o caminho para seguir em frente. Nesse processo, além do suporte familiar, o EJAI teve papel fundamental. Para a assistente social Nurya Ramos, a formatura não representa um ponto final, mas um recomeço. “Para esses 17 alunos, fica a certeza de que o futuro pode ser diferente. Sabemos que todos eles têm suas dificuldades. Precisam trabalhar, cuidar de casa, da família; por isso, ao longo deste ano, fizemos de tudo para darmos aulas dinâmicas, que não fossem cansativas. Eles se dedicaram muito, foram vitoriosos”, destacou a assistente social.
Com novos planos e sonhos renovados, eles seguem confiantes, levando no diploma a prova de que nunca é tarde para aprender, crescer e transformar a própria história.
