O desafio para vencer a pandemia, acontece diariamente dentro dos hospitais de Caxias. E, entre os profissionais de saúde é uma realidade desde o ano passado. Joilton Machado, de 26 anos, fisioterapeuta, que reside no bairro Campo de Belém, venceu a covid-19, mas os desafios foram grandes também. Ele contraiu a covid-19 em âmbito hospitalar. “De início eu tive febre e ardência nos olhos, mas fiz o acompanhamento em casa”, afirma.

Quando o cansaço chegou, foi o jeito procurar a internação. Mesmo para quem é da área, o medo também é um fator que interfere. “Fiquei ansioso, nervoso, a saturação diminuiu, eu fiquei assustado”, lembra, ao ser internado.

O comprometimento pulmonar também chegou a níveis jamais esperados pelo profissional de saúde.  “Eu pensei que iria passar só sete dias. Eu me internei com 30% de comprometimento pulmonar, e cheguei a mais de 80%. Eu estava respirando muito cansado”, lembra.

Na UTI do Complexo Hospitalar foram aproximadamente seis dias internado, depois de passar pelo Hospital de Campanha quando funcionava no Centro Médico. “Tendo em vista que eu passei de 30 a 70% do comprometimento, fui transferido ao Complexo Hospitalar e tive um acompanhamento melhor. Tive acesso à gasometria, VNI, com isso fui melhorando. Durante todo o tempo eu estava com o suporte de oxigênio”, destaca.

O profissional faz questão de lembrar que ele até os 26 anos, não tem nenhuma comorbidade, mesmo assim, a doença agravou rapidamente. “É uma doença muito grave, que nos deixa em uma situação muito crítica”, lembra a todos Joilton Machado, fisioterapeuta.

Após vencer a covid-19, as sequelas também ficaram. “Atualmente eu tenho uma bolha no pulmão. Eu fiquei restrito a algumas atividades, não posso viajar de avião por conta da pressão e nem mergulhar. Ou seja, tudo que tenha pressão, eu posso desenvolver um pneumotórax com essa bolha que ficou como sequela da covid-19”, frisa.

Depois da covid-19, ele passou a ser acompanhado por um Cardiologista, Fisioterapeuta e Pneumologista. “Eu não tenho resistência e não posso pegar peso”, ressalta.

Ao todo foram 33 dias internado, com mais de 80% de comprometimento pulmonar. Um mês depois de vencer a doença, passei a fazer atividades normais. Mas, vale lembrar que foram 25 dias sem descer da maca, lembra Joilton Machado.

“Por ser um profissional da saúde e ter sido muito agravado por essa doença, a recomendação que eu tenho a fazer é que, ao aparecer os primeiros sintomas, a pessoa deve procurar logo ajuda dos profissionais de saúde. Não deixe a situação ficar crítica para procurar os serviços de saúde, porque você pode não ter tempo. Eu, por exemplo, mesmo sendo um profissional de saúde, eu não queria me internar, mas os colegas me convenceram de que eu tinha que ser internado”, lembra Joilton Machado, fisioterapeuta.

Joilton Machado, afirma que seguir às medidas preventivas é algo que todos devem fazer. Afinal, a doença é invisível. A vacina ajuda, mas não é uma garantia de que você não possa pegar a doença novamente. Por isso, ele reforça.

“As medidas preventivas são de extrema importância, pois você se previne de situações grave. Mesmo depois de vacinado, a gente não está imune a doença. Não é uma garantia de que você não possa ser infectado e possa contaminar os familiares, então, vamos nos cuidar”, lembra Joilton Machado, fisioterapeuta.