Nos bastidores, todos os personagem estavam concentrados para entregar a melhor interpretação na encenação do espetáculo que retrata o amor de Cristo pela humanidade e seus ensinamentos.

“Há 13 anos participo com muita alegria. É um trabalho para Deus e o meu personagem é Maria, um trabalho que é maravilhoso”, disse Maria das Neves, personagem.

“Está sendo uma maravilhosa participar pela primeira vez da Procissão do Fogaréu. E, está relatando algo que aconteceu há muito tempo, uma coisa de Jesus”, disse Sátila Beatriz, personagem.

No mundo antigo, as carpideiras eram mulheres pagas para chorar pelos mortos nos seus enterros e velórios, elas também são presença marcante no espetáculo e na procissão em Caxias. Eram também conhecidas como prateadoras em algumas partes do território brasileiro.

“Se você prestar atenção parece que você volta para aquele tempo. É muito importante. Eu já faço parte da legião de Maria. Maria foi sábia, aguentou tudo calada, viu tudo, e depois foi acolher. E, hoje em dia, nós não fazemos como Maria”, disse Silvia Maria, carpideira.

“Quando você ver o sofrimento de Jesus é um sofrimento para a mãe. Não é fácil para uma mãe ver seu filho cravado de ferro e espinho sendo lançado. Hoje somos mães e estamos nessa realidade. É muito difícil nos tempos de hoje criar filhos. A tradição de Jesus tem fundamento para quem quer seguir”, diz Raimunda dos Santos, carpideiras.

Em Caxias, a 2ª maior Procissão do Fogaréu, reúne um grupo de pessoas anônimas, que dá vida a personagens históricos, que estiveram no cenário da maior história de amor já presenciou na terra, a de Cristo, por todos os seres humanos.

“O motivo principal de estarmos aqui é o sofrimento de Jesus. E, a gente na forma de teatro da Procissão do Fogaréu, a gente busca mostrar o amor de Jesus, para que a gente possa mostrar o verdadeiro sentido da Semana Santa”, disse Marcos Xavier, personagem de Cristo.

Há 21 anos, Caxias encena, na quarta-feira de trevas, que marca a busca e prisão de Cristo, a Procissão do Fogaréu, que já está no calendário cultural do Estado, sendo inclusive Patrimônio Cultural, Imaterial do Maranhão. Após as encenações em frente a Igreja Catedral de Nossa Senhora dos Remédios, onde são encenados momentos da vida de Jesus; e, no palácio episcopal com Santa Ceia e diálogo do hospedeiro com os farricocos, sob o rufar dos tambores, a população com tochas em punho, ganham o Centro Histórico de Caxias em Procissão à procura de Cristo.

“O Fogaréu consegue falar de Jesus, do sofrimento, do que ele nos revelou também e envolver tantas pessoas para estar aqui na 21ª edição. É um patrimônio do Maranhão e de Caxias (MA). O Fogaréu é razoavelmente novo, e no Brasil é um dos mais importantes. Jesus Cristo é universal”, disse Dom Sebastião Lima Duarte, Bispo da Diocese de Caxias (MA).

“É muito importante na história de Cristo. A vida de Jesus, o que ele passou, o que ele sofreu, a gente ver nessa encenação. E, a gente fica bem emocionado”, lembra Solange Pinheiro, espectadora.

“Para mim foi um grande prazer participar pela primeira vez fazendo o papel do hospedeiro, a convite da organização. É um espetáculo em que a gente de fato se torna mais reflexivo e pensa muito sobre como devemos conduzir a nossa vida”, disse Julimar Silva, jornalista.

Outros momentos, como a traição de judas e a prisão de cristo, também são realizados na Igreja do Rosário. O corredor da Reflexão este ano foi instalado na Rua Coelho Neto, um dos momentos finais da procissão, encerramento mais um ano de grandes emoções e a certeza da fé renovados. A Procissão do Fogaréu também tem o apoio logístico da Prefeitura de Caxias (MA).

“Está no calendário cultural e religioso e se tranformou em um evento turístico. E, a Prefeitura dá total apoio para que esse evento venha a crescer. São 21 anos de história, e ela vai se perdurar ainda por muitos e muitos anos”, ressalta Maciel Mourão, secretário municipal de Cultura, Turismo, Juventude e Patrimônio Histórico.

“É uma grande encenação e mostra tudo aquilo que nos sensibiliza, que foi o papel de Cristo na vida de todos nós. Cada pessoa que por aqui passar irá refletir com a família, para que possamos construir uma cidade melhor. Finalizar uma quarta-feira com um evento como esse nos dá a sensação de que estamos no caminho correto, depois de um dia em que a gente entregou peixes e cestas básicas para a população”, disse Fábio Gentil, Prefeito de Caxias (MA).

A Procissão do Fogaréu é organizada pela Organização Caxiense de Artes e Tradições (OCAT), que mobiliza a comunidade e a cidade para contar em um dos maiores espetáculos a céu aberto do Brasil, os ensinamentos de Cristo.

“A Procissão do Fogaréu repassa a mensagem do Cristo, o amor que ele deixou pela humanidade. Queremos prender esse Cristo em nosso coração? O corredor da reflexão trabalha esse tema. São muitas pessoas que chegam a Caxias para prestigiar, pesquisadores, religiosas da Igreja Católica e Evangélica participando do evento. E, quem ganha é Caxias”, disse Léo Barata, Presidente da OCAT.