CULTURA – Caxias celebra nesta segunda-feira (5), 185 anos de emancipação política
Uma solenidade em frente a Prefeitura de Caxias marca nesta segunda-feira (5), a lembrança da emancipação política da ‘Princesa do Sertão’. Caxias é uma das cidades mais importantes do Maranhão, berço de grandes nomes da cultura, literatura e história, e agora também do turismo.
Ambiente da Guerra da Balaiada, a cidade tem muito a ser explorada e uma das datas mais relevantes a serem celebradas é o 5 de julho, dia em que Caxias é elevada à categoria de cidade. Distante 360 km da capital São Luís, e com a população acima de 160 mil habitantes, Caxias, que é berço de Vespasiano Ramos, Coelho Neto e Gonçalves Dias, completa 185 anos de emancipação política.
A celebração da data, representa uma valorização da história da cidade, em que a gestão municipal diz para Caxias, para o Maranhão, o Brasil e ao mundo, que também celebra o aniversário da cidade.
Emancipação Política
Os documentos históricos dão conta que Caxias só é elevada a categoria de cidade, 13 anos depois de aderir à Independência, em 5 de julho de 1836. Caxias se transforma em cidade por força de uma lei provincial, mas desde 1811, já demonstrava grande progresso comercial, educacional, político e administrativo. Estes foram alguns dos motivos que levaram à emancipação política.
A Lei Provincial nº 24 assinada pelo presidente da província, Salvador da Costa Oliveira, tornou Caxias uma cidade na data de 5 de julho de 1836, data a partir da qual, tem essa denominação.
Adesão à Independência do Brasil
O 5 de julho, não deve ser confundido com o 1º de agosto, data que representa a Adesão de Caxias à Independência do Brasil, fato que acontece por uma imposição militar que adentra a então Vila de Caxias em 1823.
Em 2021, Caxias celebra no dia 1º de agosto, 198 anos de Adesão à Independência do Brasil. A ‘Princesa do Sertão’ foi um dos maiores focos de resistência Portuguesa no Maranhão, enquanto São Luís aderiu à Independência em 28 de julho de 1823.
A ‘Princesa do Sertão’ na figura do tenente português João José da Cunha Fidié (comendador da Ordem de Avis e diretor do Colégio Militar) resistiu até as últimas consequências, até ser preso em um sobrado, onde hoje está situada a Praça Gonçalves Dias.
Foi pelo Morro do Alecrim ou Morro das Tabocas que as tropas do exército brasileiro invadiram Caxias, e pela Rua 1º de Agosto, chamada na época de Caminho dos Jesuítas, que os soldados chegaram à Igreja da Matriz. Terminando assim a resistência de quase um ano ao governo de Dom Pedro I, tendo em vista que o Brasil havia decretado independência de Portugal um ano antes.
Na obra “Caxias das Aldeias Altas” (subsídios para sua história) de Milson Coutinho, em sua 2ª edição publicada em 2005, o historiador afirma que apesar da entrada das tropas brasileiras em Caxias ter ocorrido no dia 1º de agosto de 1823, somente no dia 7 de agosto de 1823 a cidade adere de fato à independência.
Esse ato é marcado principalmente por uma reunião que representa o Auto de Juramento à Independência ocorrida na Igreja da Matriz. Caxias era chamada à época de “Caxias das Aldeias Altas do Maranhão”. Nessa reunião, estavam presentes representantes da Câmara Municipal, do clero, da nobreza e do povo.
O ato foi uma convocação da “Exmª Junta da Delegação Expedicionária do Ceará e Pihahuhi”, afirma o historiador Milson Coutinho. Neste ato, foi dito ainda na presença do comandante e chefe do exército, José Pereira Filgueiras, que a cidade de Caxias se tornou independente.