Uma live marcou o lançamento em Caxias da Campanha: “Levante Feminista contra o Feminicídio”, que tem como lema “Nem pensem em nos matar – Quem mata uma mulher, mata a humanidade”. Nacionalmente o movimento foi lançado em 25 de março, dentro de uma programação que vai durar 2 anos.

“Parem de nos matar. Por isso que nós mulheres brasileiras, negras, pardas, brancas, quilombolas, periféricas, mulheres com deficiência, mulheres lésbicas, bissexuais, estamos unidas nesse sentimento de lutar e resistir contra todas as formas de violências ou violações dos direitos da mulher, e a pior delas, o feminicídio”, afirma Jesus Andrade, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.

“Não podemos ficar caladas e temos que levantar a nossa voz. Nós precisamos ter dignidade para viver neste momento tão difícil que estamos enfrentando”, lembra Tarciana Cardoso, integrante do movimento.

Organizado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, a ação tem parceria com a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, UNEGRO, Pastoral da Juventude, Crespos Cacheados, Pastoral da Criança, COMUJ, MUC, Polícia Militar, Polícia Civil, e demais movimentos sociais. O movimento visa provocar um despertar na sociedade de que todos precisam respeitar as mulheres e garantir que todas elas possam viver e conviver em paz na sociedade.

“Já são 648 casos de feminicídio no Brasil, pelo simples fato de ser mulher. O Brasil é o quinto país que mais mata mulheres. Sabemos que o feminicídio é aquele cometido pelos maridos, namorados, e que durante a pandemia só agravou a situação”, afirma Maria Isabel, diretora do Levante Feminista no Maranhão.

“Cabe a nós que fazemos parte dessa rede de proteção e as diversas ONGs, sermos mais solidários e nos ajudarmos mutuamente. Nós temos projetos fantásticos esperando o reinício das aulas. No Agosto Lilás já estamos programando uma ação junto a Educação, com relação a relacionamentos abusivos ainda na adolescência. Nós temos feito tudo que é possível para realizar um trabalho digno das mulheres de Caxias”, afirma Márcia Marinho, secretária Municipal de Políticas para as Mulheres.

“O feminicídio ele faz um percurso lento, violação moral, ameaça, passa para uma violência física e culmina para uma prática criminosa. É importante que a gente se abra para um reflexão junto a rede de atendimento à mulher sobre como aprimorar esse caminho para que todas as mulheres possam se  sentirem mais acolhidas”, disse Marcela Lobo, juíza.

A ação visa acabar com a escalada de ameaças, humilhações e ataques sofridos pelas mulheres. Mais de 20 mulheres já foram vítimas de feminicídio no Estado somente nos primeiros cinco meses de 2021. Em 2020 foram 60 casos de feminicídio, mas as subnotificações elevam ainda mais os números de casos.

“Nós já temos o WhatsApp da Polícia Militar e o Instagram para trabalharmos junto com a população. A gente acredita que não basta ter só o policiamento com uma viatura, se o policial não estiver preparado para compreender o contexto em que essa mulher está inserida. A Patrulha Maria da Penha vai contar com vários parceiros em breve em nossa cidade”, disse Carlos Morais, integrante da Polícia Militar.